PDA: SPDA + MPS
As descargas atmosféricas que atingem estruturas, linhas elétricas e tubulações metálicas, ou áreas próximas, representam potenciais riscos para a segurança de pessoas, a integridade de edifícios e o funcionamento de instalações.
A necessidade de proteção, juntamente com os benefícios econômicos associados à implementação de medidas de segurança e a seleção criteriosa dessas medidas, são determinadas por meio de um processo de Gerenciamento de Riscos.
A Proteção Contra Descargas Atmosféricas (PDA) constitui-se de Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA) e Medidas de Proteção Contra Surtos (MPS).
SPDA
Projetado com o propósito de reduzir danos físicos e riscos à vida em estruturas. Por sua vez, é composto por SPDA externo e SPDA interno.
SPDA externo
Parte do SPDA composto pelos subsistemas de captação, descidas e aterramento.
-
Subsistema de captação: é projetado para interceptar descargas atmosféricas;
-
Subsistema de descida: tem como finalidade conduzir a descarga atmosférica do subsistema de captação ao subsistema de aterramento;
-
Subsistema de aterramento: tem como objetivo conduzir e dispersar a descarga atmosférica no solo.
SPDA interno
O SPDA interno tem como objetivo reduzir os riscos relacionados a centelhamentos perigosos dentro do volume de proteção criado pelo SPDA externo, por meio de ligações equipotenciais ou distância de segurança (isolação elétrica) entre os componentes do SPDA externo.
-
Distância de segurança: Um componente metálico pode ser considerado isolado eletricamente do SPDA quando seu afastamento for igual ou superior à distância de segurança, calculada conforme a NBR 5419:2015, no trecho em estudo. Quando não for possível atender a distância de segurança para estabelecimento da isolação elétrica, será necessário realizar uma ligação equipotencial direta do componente.
-
Equipotencialização: A equipotencialização consiste em um conjunto de medidas que visa reduzir as tensões nas instalações, causadas por descargas atmosféricas, a níveis suportáveis para essas instalações e os equipamentos por elas atendidos, além de reduzir os riscos de arcos elétricos e choques elétricos. Envolve, principalmente, ligações entre as partes metálicas das instalações e destas ao SPDA, seja de forma direta ou indireta (por meio de DPS).
Medidas de Proteção Contra Surtos (MPS)
Visam minimizar as falhas em sistemas elétricos e eletrônicos nas estruturas atingidas por descargas atmosféricas. As principais medidas de proteção contra surtos incluem a instalação de Dispositivos de Proteção Contra Surtos (DPS), o roteamento de linhas, as blindagens e ligações equipotenciais.
-
Aterramento e equipotencialização: O sistema de aterramento conduz e dispersa as correntes da descarga atmosférica para o solo. A rede de equipotencialização minimiza as diferenças de potencial e pode reduzir o campo magnético.
-
Roteamento de linhas: Uma abordagem eficaz para mitigar os riscos causados por surtos elétricos consiste na organização dos caminhos dos condutores, de modo a eliminar laços perigosos.
-
Blindagem: As técnicas de blindagem podem ser classificadas em dois tipos: blindagem espacial, que é aplicada no ambiente da instalação, e a blindagem dos condutores elétricos de energia e sinal.
-
Dispositivos de proteção contra surtos: Os Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) destinam-se a limitar as sobretensões e desviar correntes de surto para o sistema de aterramento.
INSPEÇÃO DE PDA
Os procedimentos de inspeção no aterramento, conduzidos pela NRS Engenharia, abrangem:
1. Inspeção visual
SPDA externo
Consiste na avaliação da integridade e da condição dos componentes visíveis dos subsistemas do SPDA (captação, descida e aterramento), verificando se há sinais de corrosão, desgaste ou danos físicos.
SPDA interno
Na prática, a inspeção do SPDA interno envolve a avaliação das equipotencializações existentes, a verificação da necessidade de novas ou a implementação da distância de segurança.
2. Verificação das medidas de proteção contra riscos devido às tensões de toque e de passo
A verificação em relação às tensões de toque envolve a consideração dos seguintes aspectos:
-
O tipo de subsistema de descida do SPDA, seja ele natural ou não natural;
-
O levantamento da quantidade de descidas naturais caso existam;
-
A análise da probabilidade de aproximação de pessoas aos condutores do subsistema de descida, bem como a presença de sinalizações na área circundante;
-
A verificação da existência de um relatório de sondagem geoelétrica, que indique a resistividade elétrica e espessura de cada camada do solo;
-
A identificação do material de cobertura do solo.
3. Medições de continuidade
Medições de continuidade – descidas naturais
A medição de continuidade elétrica deve ser realizada entre a parte mais alta do subsistema de captação e o subsistema de aterramento, preferencialmente no Barramento de Equipotencialização Principal (BEP). Valor máximo permitido no ensaio: 0,2 Ω
Medições de continuidade – descidas não naturais
Inicialmente, deve-se verificar visualmente a integridade dos subsistemas de captação, descida e aterramento. Na suspeita de alguma ruptura ou na incerteza da inspeção visual, realizar a medição de continuidade entre a parte mais alta do subsistema de captação e o subsistema de aterramento.
4. Medições de resistência de aterramento
A medição de resistência de aterramento deve ser realizada pelo método da queda de potencial.
Quando não for possível efetuar a perfuração necessária para o ensaio de aterramento ou houver restrições de espaço para conduzir o teste completo, é fundamental realizar, no mínimo, o ensaio de continuidade.
Não há um valor limite de resistência de aterramento; na prática, a eficiência do aterramento de um SPDA pode ser validada pela garantia dos seguintes itens:
Verificação da configuração do aterramento – anel externo
-
O arranjo de aterramento é do tipo anel, externo à edificação;
-
O anel está no mínimo 80% em contato com o solo, caso haja 20% fora do solo, isso deve ser justificado.
-
O subsistemas de descida e aterramento estão devidamente conectados;
-
O anel está enterrado a uma profundidade mínima de 50 cm;
-
O anel está 1 m afastado da edificação, caso contrário, haja justificativa;
-
Os materiais utilizados no aterramento estão de acordo com a NBR 5419:2015;
-
Não existam conexões mecânicas em contato com o solo;
-
Se o anel de aterramento contiver hastes, estas devem ter uma alta camada, conforme norma NBR 13571:1996;
-
O anel de aterramento é contínuo, com registro documental ou teste de continuidade;
-
Verificar o comprimento do eletrodo de aterramento pela figura 3 da parte 3 da NBR 5419:2015;
-
Confirmar que raio médio (re) da área abrangida pelos eletrodos é maior ou igual ao comprimento mínimo (l1), conforme figura 3 da parte 3 da NBR 5419:2015;
-
Para SPDA de níveis I e II, é necessário o relatório de sondagem geoelétrica do solo para para validar o comprimento mínimo (l1).
Verificação da configuração do aterramento – anel interno
Assegurar a integridade física do anel interno, seja por meio do fechamento das ferragens dentro da viga baldrame ou por conexões propositais em pontos previamente descontínuos. Essa integridade pode ser confirmada com documentos técnicos que demonstrem a execução do ensaio de continuidade.
5. Inspeção das MPS
-
As inspeções das MPS consistem em verificar se:
-
Não existem maus contatos em condutores e conexões (dos DPS, do BEP, das equipotencializações internas);
-
Nenhuma parte do sistema foi comprometida devido à corrosão, principalmente ao nível do solo;
-
Condutores de equipotencialização e blindagens estão intactos e interligados;
-
Não existem acréscimos ou alterações que necessitem medidas de proteções adicionais;
-
Não existe indicação de danos nos DPS e seus fusíveis ou interruptores;
-
Os roteamentos apropriados estão mantidos;
-
As distâncias de segurança para as blindagens espaciais estão mantidas;
-
Medição de continuidade elétrica nas partes dos sistemas de aterramento e equipotencialização não visíveis a inspeção. (Exemplo: entre barramentos de equipotencialização).
6. Documentação técnica
Verificação dos documentos:
-
Relatório de gerenciamento de risco;
-
Projetos do SPDA externo e interno;
-
Para SPDA’s de níveis I e II, a existência de relatório de sondagem geoelétrica do solo;
-
Laudo técnico de inspeções realizadas na PDA;
-
Relatórios técnico de manutenções realizadas na PDA;
-
Para SPDA externo com subsistemas de descidas naturais, a existência de relatório de ensaios de continuidade à época da instalação do SPDA, comprovando a continuidade;
-
ART’s referentes a toda a documentação inspecionada.
A abordagem abrangente e rigorosa nas inspeções de PDA reafirma o compromisso da NRS Engenharia com a segurança, eficiência e conformidade regulamentar, estabelecendo um padrão de qualidade e confiabilidade em seus serviços.
Solicite um orçamento!
DÚVIDAS? A NRS ENGENHARIA PODE TE AJUDAR!
Se surgirem dúvidas sobre os serviços ou equipamentos oferecidos pela NRS Engenharia, a equipe está prontamente disponível para ajudar. O contato pode ser feito através do formulário abaixo ou pelo WhatsApp. A empresa está preparada para fornecer informações detalhadas, orientações personalizadas e garantir a completa satisfação dos clientes.